segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

VODU - CULTO AOS ANCESTRAIS OU MAGIA NEGRA?



   Ao contrário do que se imagina Vodun, Vodoum, Vodou, Vadou, Vodu ou Vudu aplica-se aos ramos de uma tradição religiosa baseada nos ancestrais, que tem as suas raízes primárias entre os povos Fon-Ewe da África Ocidental, no país hoje chamado Benin, anteriormente Reino de Daomé. Nos dias de hoje, o Vodu é a religião nacional de mais de 7 milhões de pessoas.


O VODU


   Além da tradição Fon, ou do Daomé, que permaneceu na África, existem ensinamentos relacionados que lançaram raízes no Novo Mundo durante a época do tráfico transatlântico dos povos africanos.
   O Vodun beninense ou africano-ocidental é similar ao Vodun Jejê e ao Vodu Haitiano em sua ênfase nos antepassados, porém cada família dos espíritos tem seu próprio sacerdote especializado, cujo cargo é frequentemente hereditário. Os espíritos incluem Mami Wata, que são divindades das águas; Legba, que é viril e senhor dos caminhos; Gu, que governa o ferro e a ferraria; Sakpatá, que governa doenças; e muitos outros espíritos distintos em sua própria maneira da África Ocidental.
   O termo vodun significa "divindade" ou ainda "espírito" no grupo dialetal ewe-gwn-aja-fon do Golfo da Guiné, e correspondem aos Orixás da cultura Iorubá, cuja localização contemporânea é a leste destes povos. Há muitos séculos, saíram várias dinastias da cidade de Tado, atualmente no Togo. Tais dinastias fundaram os reinos de Allada, Daomé e Hogbonou ou Porto-Novo.
   Para além do Benin, o vodun africano e as práticas que dele descendem podem ser encontrados na República Dominicana, Porto Rico, Cuba, Brasil, Haiti, Estados Unidos, Gana e Togo.


VODUNS


   MAWU: é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon, que criou a terra e os seres vivos e engendrou os voduns, divindades que a (Mawu é do gênero feminino) secundariam no comando do Universo. Ela é associada a Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação, e os voduns são filhos e descendentes de ambos. A divindade dupla Mawu-Lissá é intitulada Dadá Segbó (Grande Pai Espírito Vital).
LOKO: é o primogênito dos voduns. Representado pela árvore sagrada Ficus idolatrica ou Ficus doliaria (gameleira branca).
GU: vodun dos metais, guerra, fogo e tecnologia.
HEVIOSSÔ: vodun que comanda os raios e relâmpagos.
SAKPATÁ: vodun da varíola.
DAN: vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.
AGUÉ: vodun da caça e protetor das florestas.
AGBÊ: vodun dono dos mares.
AYIZAN: vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.
AGASSU: vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.
AGUÊ: vodun que representa a terra firme.
LEGBA: o caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e a sexualidade.
FA: vodun da adivinhação e do destino.


   Os voduns na África são agrupados em famílias chefiadas por um vodun principal, ora representando um elemento ou fenômeno da natureza, ora da cultura. Existem basicamente quatro famílias principais:

Os Ji-vodun, ou "voduns do alto", chefiados por Sô (forma basilar de Heviossô).
Os Ayi-vodun, que são os voduns da terra, chefiados por Sakpatá.
Os Tô-vodun, que são voduns próprios de uma determinada localidade (variados).
Os Henu-vodun, que são voduns cultuados por certos clãs que se consideram seus descendentes(variados).
   

   No Brasil os voduns são cultuados nos terreiros de Candomblé, sobretudo nos da Nação Jejê, onde ainda se conserva alguma lembrança da divisão por famílias.
   A tradição Fon mais ou menos "pura" de cuba é conhecida como La Regla Arará.



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